Stock Car e o retorno à complicada pista de Tarumã
- Thayná W. :D
- 23 de mai. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 17 de jun. de 2023
A categoria nacional fez um retorno ao autódromo da região metropolitana de Porto Alegre após intervalo de 6 anos. Com isso, a equipe Race Cast foi dar uma conferida e trouxe uma visão de fã sobre esse fim de semana.

(Imagem: Thayná S. Weissbach)
Neste último fim de semana, a Stock Car Pro Series e Stock Car Series retornaram às terras gaúchas em solo conhecido. Localizado em Viamão, o autódromo de Tarumã é um circuito tradicional brasileiro, estando em funcionamento desde os anos 70. A pista estava há anos sem receber a categoria, então a decisão repentina no calendário foi uma surpresa positiva aos fãs sulistas.
Na quinta-feira (18), tive a oportunidade de participar da atividade promovida pelo Girls Like Racing (@girlslikeracing) e conhecer o local mais de perto. Como era a primeira vez em um ambiente como aquele, meu deslumbre era claramente visível enquanto participamos das atividades propostas. Pelo grupo ser associado com a Ipiranga Racing, passamos a maior parte do tempo com eles, o que definitivamente não decepcionou, principalmente tendo a Rachel Loh como guia. O dia em geral foi muito divertido, pois tive a oportunidade de estar tão perto dos bastidores de uma categoria muito querida por mim. Além de render muitas fotos e a sensação de fazer parte do esporte.
(Imagens: Thayná S. Weissbach)
Ainda no projeto, nós tivemos a oportunidade de fazer o famoso track walk, e a partir daí, vi problemas com a pista. Com o sol se pondo, junto da Ipiranga Racing e as demais meninas, começamos a descer a primeira curva, que possui um desnível nítido - e pode muito bem ser vista através das transmissões ao vivo. Nessa caminhada, destacamos irregularidades na pista, como rachaduras e relevos, ressaltando a complexidade do Tala Larga. No fim desse passeio, ficamos preocupadas com as possíveis situações nas quais os pilotos poderiam enfrentar durante esse fim de semana.
Tarumã é conhecida pela sua natureza complexa, então um ambiente ansioso já estava instalado. Para confirmar esse clima de tensão, na sexta-feira, Dudu Barrichello se acidentou na curva mais temida do autódromo: Tala Larga. O acelerador do piloto travou, fazendo com que ele perdesse o controle e fosse à grama, chocando-se contra a barreira de pneus. O rookie saiu ileso, porém seu chassi foi danificado, impedindo-o de competir no fim de semana. Com esse choque tão cedo, a inquietação entre as equipes tornou-se maior ainda.
Ainda sim, sábado e domingo foram mais tranquilos, como brincávamos: eles estavam dirigindo em modo conservador. Claro, ainda houveram algumas saídas de pista e pequenas colisões, porém nada drástico aconteceu a ponto de uma bandeira vermelha ser precisa - apenas safety car em ambas as categorias.
No sábado, mesmo César Ramos tendo problemas com seu carro, a dominação do Ipiranga permaneceu, com Thiago Camilo cravando a pole position. Enquanto isso, Cacá Bueno conseguiu escalar-se ao Q3. Durante a classificação, Gabriel Casagrande estava fazendo sua última volta para tentar cravar uma boa posição de largada, porém perdeu o controle e seu carro rodou na pista. Mesmo com o erro, o paranaense conseguiu começar na quinta posição. Já na categoria de base, o detentor da pole position, Gabriel Robe venceu a primeira corrida, que liderou do início ao fim. Estar na arquibancada em momentos como esse, é uma sensação inimaginável, principalmente de ouvir os sons de comemoração, choque e decepção dos demais fãs.
O domingo chegou com antecipação, as equipes não tinham ideia o que sairia daquela corrida. A Stock Series abriu o dia com outra vitória do pelotense Gabriel e na terceira disputa, Mathias Valle ficou em p1. A neblina durante a manhã atrasou um pouco o cronograma, mas nada que pudesse realmente afetar o dia - além de causar apreensão vinda dos fãs, pois a visibilidade da pista não era uma das melhores.
(Imagens: Thayná S. Weissbach)
Com o clima tenso, era hora da visitação dos boxes, aquele último suspiro dos pilotos antes de entrar no carro e fazer seu trabalho. Quando cheguei na fila, ela já era imensa e a maioria já tinha destino; entrar nos boxes dos mais queridinhos da categoria. Preferi ir primeiro no box da Ipiranga - pela aproximação que tive quinta-feira e não me arrependi, os pilotos foram cordiais e pareciam ansiosos pelo o que poderia vir com as corridas. Acompanhada, passeamos pelas mais diversas equipes, a fim de conhecer o máximo de pilotos possíveis. Infelizmente 1 hora é um tempo muito curto, considerando que todos haviam filas.
As corridas em si foram emocionantes, mesmo com apreensão, a competitividade estava alta. O que também ajudou, foi estar bem na frente da largada e ver a primeira curva, com direito a telão do pódio e narração; a ansiedade do espectador, nos quais muitos grudam-se as grades, com celulares às mãos, preparados para gravar a primeira arrancada dos carros. O que me impressionou foi a variedade de faixas etárias na arquibancada, ansiosos pelo resultado - principalmente para saber se seu time teria algum tipo de triunfo.

(Imagem: Thayná S. Weissbach)
Em geral, o fim de semana foi satisfatório. Claro, houveram algumas complicações pelo caminho, principalmente dadas pela baixa acessibilidade de algumas áreas do autódromo e a constante aflição de algo ruim acontecer. Todavia, esses empecilhos não me impediram de ter dois - na verdade três - dias de pura adrenalina. E parabéns pelas vitórias, Thiago Camilo e Rubens Barrichello; espero vê-los logo.
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